A fisioterapeuta Ilma Menezes, da Casa da Esperança de Santos (CES) publicou recentemente um artigo que trata de um tema importante para a qualidade de vida das crianças com paralisia cerebral (PC): a participação em atividades de recreação e lazer. Esse estudo é uma valiosa contribuição para a compreensão de como fatores ambientais podem influenciar, positiva ou negativamente, a inclusão dessas crianças em atividades lúdicas e sociais, que são fundamentais para seu desenvolvimento físico, emocional e social.
O artigo realiza uma revisão integrativa da literatura, analisando estudos publicados entre 2011 e 2022. O objetivo principal foi identificar as barreiras e facilitadores que afetam a participação de crianças com PC em atividades de lazer. Entre os facilitadores, foram destacados o apoio dos pais, professores e colegas, a interação com adultos, terapias específicas, condições materiais adequadas, e a diversidade de atividades oferecidas em casa, na escola e na comunidade. Por outro lado, as barreiras identificadas incluem a falta de acesso a transportes públicos, atitudes negativas da sociedade, falta de opções e menor envolvimento dos pais, além da inadequação das atividades oferecidas.
Com base nos conceitos da Classificação de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), o estudo destaca como é fundamental que as crianças com PC tenham acesso a ambientes e atividades que promovam sua participação plena, em condições de igualdade com as demais crianças. Isso não apenas respeita seus direitos, mas também contribui significativamente para seu desenvolvimento integral.
Na CES, reconhecemos a importância de oferecer um ambiente inclusivo e acolhedor para todas as crianças. Por isso, temos investido continuamente na capacitação e especialização de nossos colaboradores, especialmente nas áreas de pesquisa e reabilitação. A CES incentiva a produção e a aplicação de conhecimento científico como forma de melhorar constantemente os tratamentos oferecidos. Esse compromisso reflete nossa missão de promover a saúde e o bem-estar de nossos pacientes, sempre buscando reduzir desigualdades e ampliar as oportunidades para todos, alinhando nosso trabalho aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente os ODS 3 (Saúde e Bem-Estar) e ODS 10 (Redução das Desigualdades).
A publicação do artigo de Ilma Menezes é um exemplo do impacto positivo que a pesquisa científica pode ter na prática clínica e na vida das famílias atendidas pela CES. Ao identificar claramente os fatores que podem facilitar ou dificultar a inclusão das crianças com PC em atividades de lazer, o estudo fornece insights valiosos para a criação de programas mais eficazes e personalizados. Além disso, reforça a importância de uma abordagem multidisciplinar e colaborativa no cuidado dessas crianças, envolvendo não apenas profissionais de saúde, mas também a família e a comunidade.
Na CES, continuamos a apoiar e incentivar nossos profissionais a buscar novos conhecimentos e a participar ativamente de pesquisas que possam aprimorar os métodos de reabilitação e inclusão. Acreditamos que, ao capacitar nossos colaboradores e investir em pesquisas como essa, estamos contribuindo para um futuro em que todas as crianças, independentemente de suas limitações, possam desfrutar de uma vida plena e participativa. Esse é o nosso compromisso com a excelência, a equidade e a inovação no atendimento às crianças com paralisia cerebral e outras condições de saúde.
Leia o artigo na íntegra: https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAR278236231
Ilma Menezes - Fisioterapeuta da CES
Possui graduação em Fisioterapia pela Universidade Católica de Santos (2004). Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP (2023). Tem experiência na área de Fisioterapia, com especialização pela Universidade Federal de São Carlos em Intervenção em Neuropediatria em 2008. Exercendo a profissão de fisioterapeuta no Centro de Recuperação para crianças com Paralisia Infantil e Cerebral do Guarujá (CRPI) desde 2007 e na Casa da Esperança de Santos desde 2015.