Em 7 de novembro de 1982, o Dr. Albert Bruce Sabin chegava pela primeira vez a Santos para participar do I Simpósio Santista de Deficiente Físico, a convite do Rotary Club de Santos e da Casa da Esperança de Santos®, que comemorava seu Jubileu de Prata.
O inventor da vacina oral contra a poliomielite, Dr. Sabin, foi convidado para ocupar lugar de honra na mesa de trabalhos do simpósio, onde declarou “O Brasil mostrou ao resto do mundo como a poliomielite pode ser eliminada num país de clima tropical, imenso, com muitas áreas remotas. A campanha de vacinação antipólio brasileira foi um dos feitos mais surpreendentes que já testemunhei em minha vida, no campo da saúde pública. Infelizmente, nenhum documento foi escrito, até agora, para registrar o que aconteceu aqui; o mundo não lê relatórios internos, e outros países, em condições semelhantes, precisam saber da experiência brasileira”.
Na época, o médico declarou que de 1,5 a duas em cada mil crianças tinham paralisia cerebral no mundo. Uma em cada 10 apresentava excepcionalidade. Em 1975, havia 150 milhões de deficientes, sendo 80% residentes de países subdesenvolvidos. Sabin estimava na época que nos anos 2000 teríamos cerca de 190 milhões de deficientes no mundo.
Ainda durante a sua palestra, Dr. Albert Sabin destacou a importância da Casa da Esperança de Santos® “O seu nome é adequado porque o tipo de ajuda que presta às crianças é muito grande, evitando que os distúrbios do mal atinjam proporções ainda maiores”.
Durante sua estadia na cidade, Sabin também anunciou para a imprensa local a vacina aerossol contra o sarampo. Almejava que a população pudesse participar da vacinação em massa já no início de 1983.
Em 10 de novembro de 1982, o Dr. Sabin foi recebido pelas crianças e Diretoria da Instituição. Na ocasião, o presidente Luís Shiguetoshi Yanagui, muito emocionado, explicou que “as crianças devem a Sabin as lágrimas não derramadas, as horas de angústias não vividas, os maus sonhos que não se concretizaram, os aparelhos ortopédicos que não foram construídos, as decepções que não nasceram e os olhos que não se entristeceram, ante o sofrimento que não veio. Isso porque a poliomielite não mais aterroriza como há décadas”.
Fonte: Jornal Cidade de Santos, Jornal A Tribuna e Boletins Rotary Club de Santos